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Editorial

 

Muito mais do que uma revista feminina produzida só por mulheres, a Nuances é uma revista que fala sobre a mulherada. Foi idealizada e desenvolvida especialmente para essa geração de mulheres modernas e antenadas (homens sejam muito bem-vindos). Nesta primeira edição, trazemos pílulas de: cultura e entretenimento, carreira e empreendedorismo, comportamento, saúde e bem-estar, para inspirar e sexo e diversidade. Lotada de mulheres reais, com histórias reais e completamente inspiradoras. Juntas somos mais fortes, não é mesmo? E foi com muito carinho que nasceu essa primeira edição, de tantas outras que estão por vir, que agora está em suas mãos.

 

Enjoy it!

 

 

Redação Revista Nuances

SÉRIE COMO MEIO DE ALERTA

Programa de entretenimento promove a reflexão sobre temas como a depressão, bullying e suicídio



Pensar em tirar a própria a vida é comum entre pessoas que sofrem de doenças como a depressão, considerada a doença do século, bipolaridade e esquizofrenia. Apesar de muitas pessoas não considerarem transtornos psicológicos como doenças, eles são capazes de gerar consequências catastróficas para muitas pessoas, além de aparecer em diversas situações, por diversos motivos e em qualquer idade.


Esse tema que sempre foi tratado com discrição durante muito tempo e permaneceu as escondidas para que não fosse capaz de ‘incentivar’ outras pessoas, gerando assim cultura de que é errado descutir o suícidio, mesmo que os casos somente aumentem a casa ano.


Atualmente foi mostrado o quanto é importante falar sobre o tema para que casos de suicídio não aconteçam. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta sobre a discrição e a cautela sobre como o tema deve ser divulgado, e uma série de TV americana tenta retratar de forma real promovendo uma reflexão à adolescentes através de algo com assessibilidade e proximidade desse publico.


A Série


Após o lançamento da série ’13 Reasons Why’, do Netflix, no dia 31 de março de 2017, o assunto passou a ser debatido de forma constante em todas as mídias, principalmente na internet. Jovens que sofrem bullying ou que tiveram algum grande trauma, seja uma perda ou um abuso, tem a tendência a entrar num quadro de depressão que, por mais que não transpareça, os corroem dia após dia.


A série, inspirada em um livro lançado em 2007, conta a história de uma adolescente que comete suicídio e deixa 13 gravações com os porquês de ter feito isso. As gravações chegam às mãos de um de seus amigos, citado em uma das gravações, e daí em diante o espectador fica entretido com o segredo de cada uma das fitas e dos motivos. Denúncias de bullying, estupro e de casos de depressão são mostradas pouco a pouco, motivo pelo qual a discussão estrou em pauta.


Alguns especialistas se preocupam com o fato de alguns jovens quererem imitar a série, trazendo-a para a vida real. Como o fato ocorrido em 1774 na Europa, onde um livro levou muitos jovens a se suicidarem. A ideia de apontar os culpados é outro fator que leva a preocupação, como se houvesse uma explicação para o ato.


A parte boa da abordagem da série é sobre como os jovens que assistiram e que se sentem na mesma situação que a personagem principal foram incentivados a buscar ajuda. Porém, também pode dar "idéias" pra quem se identifica com Hannah Baker, personagem principal do seriado.


Para o Psicanalista Marcos Wagner, problemas sociais e na maneira de pensar dessas pessoas são o principal motivo delas perderem a vontade de estarem vivas, principalmente na adolescência. "O rebaixamento da importância do núcleo familiar, a superficialidade como a nossa geração tem tratado a vida, a “falta de tempo”, ausência de diálogo, o enfraquecimento da relação parental, a relativização de valores, a terceirização da educação, a quebra da transmissão familiar, de alguma forma tem dificultado jovens e adolescentes a encontrar as pistas que o levarão ao caminho de um propósito existencial." Afirmou o especialista.

Números


Com a grande repercussão da série 13 Reasons Why, o Centro de Valorização da Vida (CVV) recebeu cerca de 400% a mais de ligações, e-mails e mensagens de pessoas buscando por ajuda ou que conhecem alguém que possa estar pensando em se suicidar.


Estima-se que 1 milhão de pessoas morram anualmente por suicidio, uma a cada 40 segundos, o que equivale a 1,4% dos óbitos totais. De um total de 172 países membros, a OMS considera que apenas 60 enviam dados de boa qualidade, na maioria, nações desenvolvidas. E é justamente nos 112 restantes que se encontram 71% dos suicídios registrados no mundo.


O sudeste asiático e a Europa lideram os indices de suícidios com 17,1 e 13,8 suícidios por 100 mil, respectivamente. O Brasil está entre os países com dados questionáveis, com indice considerado baixo, 6/100 mil, mas que não dá pra confiar totalmente. Estima-se que entre os anos de 2000 e 2012, passamos de 7.726 para 10.321 suicídios no país.


Também segundo a OMS, a depressão afeta atualmente cerca de 300 milhões de pessoas no mundo. Em 10 anos esse número acresceu quase 20%. No Brasil, quase 6% da população sofre com a doença, equivalente a cerca de 11 milhões de pessoas. A doença está no topo da lista de causa de problemas de saúde e incapacidade.


Experiência: dois casos de suícidio na família


A jovem Jamilly Santos, de 24 anos, teve dois casos de suicídio na família: seu tio, Marcos dos Santos, morreu aos 30 anos, e seu primo, Henrique dos Santos, aos 18. Jamilly disse que depois de seus familiares colocarem um fim a suas vidas, ela e o restante da família começaram a analisar os comportamentos das vítimas momentos antes dos suicídios.


Como não podemos deixar de falar, cada caso é diferente do outro, pois cada pessoa tem seus próprios problemas e maneiras de lidar com isso, não sendo possível fazer uma generalização.


No caso de Marcos, Jamilly afirmou que o tio era tímido, mas brincalhão e amoroso, e tinha histórico com drogas como maconha e cocaína. Já Henrique, seu primo, que também fazia o uso de drogas, tinha um temperamento introvertido, era bastante sensível e chorava por tudo. A família suspeita que o suicídio de Henrique aconteceu por problemas com traficantes, por causa de uma carta que ele deixou a família. Sobre Marcos as suspeitam ficam mais difíceis, pois nada foi deixado.


Uma das reações da família às mortes pelo suicídio foi a procura de lugares para cura espiritual, como a igreja. “O impacto de um suicídio é enorme, pois além da dor ainda tem o medo de que volte a acontecer”. Mas ela também citou que as atitudes das pessoas em sua família mudaram depois dos ocorridos. "Hoje procuro sempre dar uma palavra amiga; minha família é muito mais amorosa agora. Minha avó era bem rude, e hoje só recebe os filhos e netos na casa dela com beijos e abraços, chamando a gente de amor."


"A principal lição que tiramos de todo esse sofrimento, é que ninguém sofre por nada. É sempre bom estarmos presentes na vida das pessoas que amamos, perguntar se está tudo bem, e se estiver, fazer de tudo pra que continue. E para onde quer que vamos, sempre levarmos conosco um sorriso, porque em algum lugar alguma pessoa está sofrendo e pensando em se ferir. Como deve ser bom ser o intermediário da cura, a pessoa que apresenta um caminho diferente a se seguir. Queria muito que meus familiares tivessem encontrado alguém naquele momento de angustia que pudesse oferecer a eles um abraço, um sorriso, uma palavra de conforto”, concluiu.


Prevenção: Atente-se!


A solidariedade das pessoas com relação a série foi mutua nas redes sociais. Pessoas estão oferecendo apoio e ajuda aos amigos que podem estar passando por algum tipo de crise de depressão ou algum outro problema psicológico.


Mas para que haja a prevenção da vida dessas crianças e adolescentes, mais afetados por essas atividades, é necessária uma maior participação dos pais. Fiscalizar e monitorar o comportamento do filho é essencial. Além do diálogo, que é fundamental para qualquer tipo de relação, principalmente os que envolvem uma doença complexa como a depressão. O primeiro passo para alguém que está sofrendo é conversar.

Após esse reconhecimento sobre os próprios sentimentos e sobre a doença, é necessário buscar ajuda de um médico, terapeuta, psicólogo ou psiquiatra.


A depressão é uma doença tratável, que necessita acompanhamento médico. E na maioria dos casos há a utilização de medicamentos e terapias.


Caso conheça alguém que esteja nessa situação, tendo pensamentos suicidas, ligue para 141 e siga as instruções do Centro de Valorização da Vida. O atendimento é oferecido 24h e profissionais voluntários estarão prontos para ajudar.



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