top of page
Editorial

 

Muito mais do que uma revista feminina produzida só por mulheres, a Nuances é uma revista que fala sobre a mulherada. Foi idealizada e desenvolvida especialmente para essa geração de mulheres modernas e antenadas (homens sejam muito bem-vindos). Nesta primeira edição, trazemos pílulas de: cultura e entretenimento, carreira e empreendedorismo, comportamento, saúde e bem-estar, para inspirar e sexo e diversidade. Lotada de mulheres reais, com histórias reais e completamente inspiradoras. Juntas somos mais fortes, não é mesmo? E foi com muito carinho que nasceu essa primeira edição, de tantas outras que estão por vir, que agora está em suas mãos.

 

Enjoy it!

 

 

Redação Revista Nuances

A Primeira Gravidez

Um dos momentos mais especiais na vida de uma mulher que pode ser repleto de surpresas, alegrias e também tristezas



Temos aqui dois perfis diferentes. De um lado a Thainná Nunes de dezenove anos e do outro Débora Barreto dez anos mais velha. O que elas possuem em comum? Ambas passaram pela sua primeira gravidez, porém tiveram destinos completamente opostos. Enquanto uma tentava há dois anos engravidar, a outra teve uma gravidez inesperada que mudou toda a sua vida.


Quando descobriu que estava grávida, Thainná ficou completamente desesperada, por diversos motivos. Além de ser muito nova, ainda estava na faculdade, seu relacionamento com o pai da criança – que era seu namorado na época – não era estável, repleto de idas e vindas, sem contar o grande desapontamento que causaria em seus pais. “Eu estava desempregada, eu e ele tínhamos acabado de voltar, então a relação também não estava tão boa, sem contar que ele já tinha um filho de quatro anos!” – Relembra Thainná do sufoco que passou.


Contar para seus pais não foi nada fácil, e manteve a gravidez em segredo por três meses. A princípio rejeitou o feto que se formava dentro de si e pensou em abortar diversas vezes. O pai da criança lhe deu apoio somente no primeiro momento, e com o tempo foi se afastando. Quando chegou no terceiro mês de gestação, em que os enjoos e tonturas ficaram ainda mais intensos, ela se viu obrigada a abrir o jogo para seus pais, já que precisava fazer o acompanhamento correto e tomar as vitaminas.


Primeiramente conversou sobre sua decisão com o namorado, mas esse já não lhe apoiava mais e tentou persuadi-la a tirar a criança. “Não irei tomar nenhum remédio para tirar! Agora eu quero manter a gravidez! Já estou com três meses! Não correrei o risco de a criança nascer com algum problema, e se eu perder ficarei com o maior peso na consciência.” – rebatia Thainná os argumentos do namorado.


Como ela esperava, seus pais não reagiram nada bem com a notícia, jogando na sua cara toda a decepção que eles estavam vivenciando pela sua irresponsabilidade de não ter se cuidado. Ela ainda precisou sair correndo de casa, para evitar que seu pai lhe desse uma surra, passando a noite na casa de uma amiga. Só retornou quando teve a certeza de que não apanharia.


Com o tempo seus pais foram aceitando a ideia de serem avós e lhe deram o apoio que o namorado não lhe dava. Teve uma gravidez de risco que lhe impedia de ter relações sexuais durante a gestação, fazendo com que o pai da criança se afastasse cada vez mais; E nas poucas vezes que ele tentava se aproximar, era afugentado pela sogra, que desde o início do namoro não gostava dele e que com os últimos acontecimentos a antipatia só tinha aumentado.


Quando Thainná descobriu o sexo do bebê – já no sexto mês – e compartilhou com o pai da criança – o mesmo sempre sonhou em ter uma filha mulher – ele ficou imensamente feliz e a partir daí tentou estar mais presente nos últimos meses de gestação, porém, era tarde para reivindicar essa participação. Mas, o nome foi ele quem escolheu: Lorenna.


Thainná sofreu muito durante a gestação. Queria ter o namorado ao seu lado, mas a gravidez só o afastou ainda mais. As vezes sofria pequenas humilhações dentro de casa pela sua mãe, sem contar as complicações médicas, pois não tinha passagem e perdeu muito líquido. Precisou fazer diversos exames particulares, que eram bancados pelo seu pai, pois não possuía convênio médico e o atendimento público deixava muito a desejar. De modo geral, teve uma gravidez muito turbulenta, mas quando sua filha nasceu, sentiu que tudo que havia passado tinha valido a pena.


“Depois que terminou tudo e a enfermeira a colocou do meu lado, nossa... senti um amor fora do normal! Só conseguia agradecer a Deus a todo momento por ter dado tudo certo.” E quando perguntado sobre o tamanho desse amor, confessa que é até maior que aquele que sentimos pela nossa mãe: “É bem maior! Um amor fora do normal! Só sentindo para saber, não cabe no peito! Na hora que a vi senti que foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, por mais que não tivesse sido planejado.”


Tudo que ela sofreu em relação ao namorado, por gostar muito dele e ter sido deixada de lado quando mais precisou, se dissipou com o nascimento da bebê. Foi como se o amor que sentia pelo pai da criança tivesse morrido e renascido mil vezes maior na filha.



Já com Débora, o contexto foi totalmente diferente. Casada há quatro anos, ela e seu marido sonham em ter filhos e há dois anos está tentando engravidar. O casal fez diversos exames no decorrer deste tempo e descobriram duas coisas. Débora possui menos ovários do lado esquerdo, e seu marido baixa projeção de esperma. Duas peculiaridades que se fossem isoladas não teriam grandes impactos, mas que somadas ao mesmo casal, minavam suas chances de engravidar.


Como último recurso, lhes restavam a inseminação artificial, um procedimento complexo que custaria R$ 8.600. “A médica explicou que esse valor seria para uma tentativa em que as chances de dar certo seriam de apenas 40%, ou seja, ainda corríamos o risco de eu não conseguir engravidar. Ela falou que colheria os melhores óvulos para fazer a implantação e talvez nem viriam gêmeos, já que a probabilidade é que a metade deles acabassem morrendo no momento da fecundação. ”


Como era uma decisão muito séria a se tomar, pensaram melhor e decidiram esperar mais um pouco. “Não adiantava termos a parte financeira e não analisarmos todo o resto. A fertilização seria um caminho sem volta. Se começássemos e desse errado, iríamos querer tentar de novo, e com isso gastaríamos mais oito mil. Com o tempo poderíamos acabar nos afundando, fazendo empréstimos, vendendo nossas coisas... sem contar que o processo em si também é muito sofrido, pois durante um mês eu precisaria tomar injeções na barriga, para produzir hormônio; e a clínica também ficava consideravelmente longe – em Santo André, enquanto eles moram em Guarulhos -, então seria muito desgastante assumirmos esse compromisso agora. ” Decidiram aguardar sete meses, amadurecer a ideia e nesse meio tempo continuariam tentando a gestação no método natural.


No mês seguinte aconteceu algo inesperado. Após muito jejum e oração, Débora descobriu que estava grávida! “A minha menstruação atrasou por seis dias, mas não dei muita bola pois sempre foi desregulada. Mas aí, alguma coisa dentro de mim dizia para eu fazer o exame, que eu relutava com medo de me frustrar. Enfim, acabei fazendo o teste de gravidez e nos surpreendemos quando deu positivo! ” Repetiram os testes pelo menos umas três vezes naquele mesmo dia, e no dia seguinte de novo. Deus havia atendido as suas preces!


Começou a fazer o pré-natal normalmente, porém, após mais uma semana, sentiu uma cólica muito forte. Voltou no médico para saber o que estava acontecendo, fez mais exames, e descobriu que estava com um cisto de 6cm do lado contrário ao bebê. “A médica estranhou que o cisto já estivesse daquele tamanho, e questionou se eu não estava fazendo acompanhamento. Expliquei a ela que o que eu mais fazia eram exames, e que esse cisto tinha aparecido do nada. ” Felizmente o cisto não atrapalharia o bebê, contanto que não estourasse, pois se isso acontecesse, aí sim o feto morreria e ela sentiria uma dor muito forte.


Débora seguiu fazendo vários exames, chegando ao terceiro mês de gestação. Quando retornou ao médico há poucos dias do fechamento desta edição, para fazer um novo exame, descobriu que o coraçãozinho do seu bebê havia parado de bater! “Ele chegou no terceiro mês de gestação, mas a partir daí foi regredindo, pois ainda estava do tamanho de um bebê de dois meses. ” A médica lhe explicou que é natural ocorrer esse tipo de situação na primeira gestação e que o mais importante é não desistir.


“Eu não sofri o processo de aborto ainda, tanto que o bebê permanece na minha barriga e para o meu corpo eu continuo grávida, ou seja, a barriga continuará crescendo, e os demais sintomas da gravidez também continuarei sentindo. ” Será preciso que Débora aguarde o bebê expelir sozinho, porém se isso não ocorrer naturalmente dentro de um mês, ela terá que passar por um procedimento de curetagem, mas que não é o mais indicado para alguém que quer tentar engravidar de novo.


A boa notícia é que superando essa tristeza, nada impede que Débora tente novamente, agora que sabe que pode sim engravidar pelo método natural. “Eu achava que eu não poderia engravidar, e esse bebezinho foi um anjinho que veio para acalmar meu coração, me mostrando que é possível sim! ”




NOS SIGA NAS REDES:
  • Facebook B&W
  • Twitter B&W
  • Instagram B&W

ASSINE JÁ!

bottom of page